Essa
publicação aqui, meus caros, vai para quem gosta muito de um bom som ao
mesmo passo que "minimamente" também goste de se debruçar sobre as
letras, e não meramente as acompanhar junto à musica pelos
www.sirilampo.com.br da vida. E comecei isto aqui por algo até bobo: ter
percebido que algumas músicas na memória do smartphone abordam temas em
comum, ainda que de formas diferentes... Sem mais delongas, vamos parte
a parte abrir cada vez mais os olhos e os ouvidos para uma breve
apresentação seguida de análise, ou resumo, de elementos que mais (me)
chamam a atenção nestas músicas, neste primeiro texto se fazendo um tímida introdução – cuja primeira temática será GUERRA.
Masters of War - Bob Dylan
Segundo o historiador Nat
Hentoff, tal o próprio Dylan disse essa música é diferente de tudo o que o
próprio já havia criado antes: "Eu nunca escrevi nada como essa música
antes. Eu não canto músicas onde espero que pessoas vão morrer, mas eu não pude
me controlar com essa. Esta música é como uma espécie de descarga... um
sentimento de 'o que é que eu posso
fazer?'"
E acerca da letra desta música,
se poderia ir além e dizer que ela é o grande choque entre aqueles que assistem
às guerras que criaram detrás de suas mesas e aqueles que viveram na pele a
desconfiança, a insegurança, o medo; entre os
Mestres da Guerra e aqueles que serão tachados como sendo jovens demais ou
ignorantes demais para falarem em mudança, mas que sabem que nem mesmo Jesus perdoaria o que eles fizeram...
Por fim, uma música extremamente
atual no que diz respeito não só ao tema em si, que se perpetra mesmo mais d 50 anos depois, mas à sua abordagem, magistral
tal não seria diferente vindo de Bob Dylan; uma música que apesar da sonoridade
não demonstrar tanto peso (algo que varia no decorrer desta playlist), tem
uma letra extremamente dura, que vai tomando rumo em direção a um encerramento
muito mais sinistro que fúnebre: nas palavras quase que a personificação do
cúmulo de todo o mal que houve às vítimas dos jogos políticos internacionais
e suas respectivas guerras, suas últimas "grandes cartadas"... Apostas sem escrúpulos com as fichas que não são suas: seria menos que isso a guerra?
Brothers in Arms - The Northern Kings (Dire Straits cover)
Originalmente lançada em 1985 no
álbum homônimo do Dire Straits, banda britânica (muito infelizmente) já
extinta, Brothers in Arms fez parte de uma obra que não só entrou para
os 200 álbuns definitivos do Rock and Roll
Hall Fame, mas que marcou a história da fonografia mundial devido ao
pioneirismo de uma produção totalmente digital. Porém não é a versão
original deste hino que eu trago aqui, mas o
impecável cover feito pelos The Northern Kings.
Apesar do projeto deste verdadeiro super-grupo de músicos não ser assim tão conhecido quanto merece, tendo lançado somente dois álbuns nos anos de 2007 e 2008e o rumor de um terceiro registro, ele é
composto por quatro grandes nomes de peso na cena do Symphonic Metal
internacional: Jarkko Ahola (Teräsbetoni, ex-Dreamtale), Marco Hietala (Nightwish e Tarot), Tony Kakko (Sonata Arctica) e Juha-Pekka Leppäluoto (Charon). Acerca do projeto
deste nórdicos da terra do fogo e do gelo conhecida atualmente como Finlândia, o foco era trazer grandes canções pop de artistas conhecidos e reconhecidos (Tina Turner e Seul, por exemplo) para o
lado do metal.
Apesar do projeto deste verdadeiro super-grupo de músicos não ser assim tão conhecido quanto merece, tendo lançado somente dois álbuns nos anos de 2007 e 2008
Voltando a música, Brothers in Arms, longe da
original mas para o bem, é trazida pelos 4 nórdicos numa
sonoridade que da primeira versão mantém "só" a essência
e a melodia: digo para o bem pois aqui a sua
mensagem e efeito são sem dúvidas amplificados e sem distorções, a música soa grandiosa e cinematográfica em seus 7 minutos de pura
contemplação que poderiam muito tranquilamente ir
parar numa das produções de Spielberg, ou qualquer outro cineasta com grandes obras sobre guerras no currículo. No início vem crescendo aos
poucos em sua percussão com ritmo
de desfile nostálgico e patriótico, com uns primeiros versos que, apoiados por uma orquestra ao fundo nesta versão, evoca bem uma sensação de saudosismo sublime sobre onde
seria o verdadeiro lar de quem luta:
no campo de batalha onde se acredita que foi feito para aquilo, ou nas planícies e campos
pelos quais todos ali se matam.
Sobre porquê trouxe
esta
música junto as outras é simples:
com a diferença de que talvez mais que as outras, esta faixa é para se ouvir com o espírito; um hino sobre a falta de
misericórdia da guerra, sobre a falta de sensibilidade consigo mesma... Sobre a
falta de sentido onde uns matam os outros pelas mesmas razões, contra a própria vontade, e por mundos mesmo tão
diferentes na verdade são um só. Lamúria acerca da dor, mas pro despeito da própria dor que causa a guerra.
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