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Da necessidade de estar nu.

Ela parou em frente ao espelho após o banho. Olhou-se. Enxergou-se. Sentiu uma estranha vontade de não vestir coisa alguma - apenas sentir sua nudez. Não porque se sentia extremamente bonita, nem extremamente feia. Só se sentia. Sentia o vento em seus seios, o calor emanando pelo corpo. Era quase uma sensação de pureza. Não... Não era bem sobre se achar linda. Era só sobre apreciar a própria nudez. Ter consciência dos próprios defeitos e não sentir necessidade de escondê-los de si mesma. Encara sua figura no espelho. Seus seios levemente desiguais, o sorriso torto, os olhos meio inchados. O cabelo armado, pelos crescendo em lugares indevidos. Conseguia sorrir para sua imagem. Conseguia. As curvas agora preenchidas de uma gordura que ela jamais se arrependeria de ter comido: era delicioso. Ela se gostava por inteiro. Andou pela casa. Fez um lanche, lavou as vasilhas. Limpou o chão. Se sentia tão completa. Finalmente concluiu que era preciso, vez ou outra, ter esse momento com o próprio corpo. Tocou-se. Descobriu-se. Se sentia e se sentia linda. Não perfeita. Mas gostava do que via. E a sensação de satisfação era enorme, contagiante - martelava o coração no peito. Estava despida, mas se sentia completa e pra ela não faltava nada ali. Sentia, finalmente, que era ela que habitava aquele corpo. Sentia-se. 

N².M.,"Dispa-se para que possa vestir-se de si mesmo"

Um comentário:

  1. Lindo, Natália!
    Esse texto promove a essência da beleza do corpo. Devemos nos amar como somos.

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