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Assassin's Creed Unity - Análise


Assassin's creed Unity é o primeiro titulo da franquia lançado exclusivamente para a atual geração de consoles. Sendo o nono jogo a ter uma versão para os consoles de mesa Unity acaba por receber a importante tarefa de ser ainda melhor que seus antecessores ao mesmo tempo em que inova nas mecânicas já datadas empregadas na geração anterior.

 
TITULO: Assassin's Creed Unity
GÊNERO: Ação, Aventura
DESENVOLVEDORA: Ubisoft Montreal
SUPORTE: 1 Jogador Offline, 4 Jogadores Online.
LANÇAMENTO: 11/11/2014
MÍDIA: Digital/Fisica
PLATAFORMA: XONE/PS4/PC




   Arno Victor Dorian é o protagonista da serie e lembra em muito Ezio Auditore da Firenze em seus dias mais jovens nos primeiros momentos de Assassin's Creed 2, o que é um ponto positivo após passarmos por uma serie de jogos com personagens não tão carismáticos e de menor aceitação pelo publico. Arno é brincalhão e tem um jeito moleque de agir criando um clima cômico de descontração em diversas cenas que ajudam a dar certa imersão ao jogador. Sua historia entretendo de certa forma beira o clichê: Seus pais foram assassinados quando tinha oito anos e então fora adotado por um nobre de Versailles que já possuía uma filha, a qual viria a se tornar o par romântico de Arno no decorrer da trama. Se já não bastasse as tragédias clássicas, Arno e Élise, a filha do nobre que o acolheu, são separados também pela própria historia familiar sendo um vindo de uma família de Assassinos e a outra de uma família Templária. A pegada de Romeu e Julieta é visível no enredo e acaba por tocar o jogador no equilíbrio entre o emocional e as obrigações de cada um. Élise também possui uma personalidade característica e travessa sendo a responsável por colocar a dupla em diversas confusões na infância. A personagem é a segunda tentativa da Ubisoft de colocar alguém do elenco feminino protagonizando os jogos da serie sendo a primeira Aveline de Grandpré em Assassin's Creed III: Liberation.

   Dessa vez a França é o grande palco onde a trama se desenrola e começamos a aventura em Paris, século 18, em meio a Revolução Francesa. As cenas inicias de Unity remetem diretamente ao final de Assassin's Creed Rogue (exclusivo da antiga geração, X360 e PS3) que apesar de não ter uma ligação direta ambos os jogos compartilham um detalhe importante. Sendo Paris uma das cidades mais bonitas do mundo era natural esperarmos toda essa beleza retratada na tela e a Ubisoft realiza isso com maestria. A riqueza de detalhes é incrível e as principais partes da cidade foram praticamente criadas em uma escala 1:1. Se o nível de detalhes já não fosse surpreendente, a quantidade de NPC's na tela em alguns momentos supera a casa dos três zeros tornando Unity o jogo mais densamente populoso já feito. Além da própria cidade os cidadãos foram retratados de forma extremamente bem feita e vamos encontrar todo um mundo se desenrolando ao nosso redor. Vendedores ambulantes passam pelas ruas, assassinatos ocorrem nos becos escuros, ladroes roubam as lojas e fogem as pressas nas ruas lotadas, os protestos  enchem as avenidas e a vida corre como na verdadeira Paris do seculo 18.

   Sendo já uma tradição da Ubisoft a trilha sonora do game é extremamente caprichada em cada  detalhe e o trabalho de dublagem feito é um dos melhores já encontrados em um jogo ate hoje. Aos fãs de desenhos animados dublados, será fácil reconhecer vozes de dubladores famosos em meio aos personagens principais e npcs que ocupam a tela. Sendo inteiramente localizado o jogo possui dublagem em português e absolutamente todos os textos traduzidos.

Como não somente de gráficos é feito um jogo, Unity inova em diversas mecânicas encontradas nos jogos anteriores. O clássico parkour presente desde o primeiro jogo da serio foi extremamente melhorado e os movimentos se tornaram mais fluidos e contínuos sem quebras de animações entre as ações realizadas pelo jogador. Ao contrario do botão único que realizava todos os movimentos, Unity divide o esquema entre dois botões que determinam se o jogador vai subir ou descer pelo cenário, o que evita ações indesejadas feitas pelo personagem que não estavam nos objetivos desejados. Além do parkour em si o próprio cenário se tornou mais "escalável" sendo que quase qualquer ponto visto na tela pode ser usado como apoio para uma subida. 

As lutas também estão mais complexas e diversificadas. Se antes o jogador podia entrar em um confronto com 10 ou 20 guardas e sair sem nenhum arranhão desta vez ele vai descobrir que a historia mudou. O tradicional aviso de ataque dos npcs foi substituído por um simples brilho amarelo que pode facilmente passar despercebido fazendo com que a defesa acabe sendo levantada tarde demais. Ao contrario dos incontáveis golpes dados antes que um personagem morra agora dois ou três golpes de espada, sejam nos atacantes ou em Arno, irão ocasionar em uma morte e o mesmo vale para os tiros que podem matar com um único hit dependendo da distancia e ângulo de acerto. 

Tudo isso incentiva o jogador a apelar para a real essência da serie, o assassinato silencioso, onde o jogador deve ficar escondido o máximo possível e causar uma morte limpa sem grandes alardes. Para auxiliar o jogador foram implantadas mecânicas de stealth que substituem os clássicos montes de feno ou moitas dos jogos anteriores e permitem que Arno se esconda atrás de objetos ou se arraste em silencio pelas paredes mantendo-se nas sombras. Para quem estava acostumado a correr ate o alvo matar da forma mais escandalosa o possível e então sair correndo vai perceber que isso acabou por se tornar suicídio. É necessário calcular não só a forma de ataque mas também a estratégia de saída, afinal, de que adianta matar seu alvo se logo em seguida você for cercado por dez guardas que irão te matar sem nenhuma dó?

   Arno ao longo do jogo melhora suas técnicas e se torna mais experiente, o que é refletido pelos pontos ganhos para serem gastos nas arvores de habilidade as quais liberam novos movimentos e diversificam ainda mais as mecânicas básicas. Existe também um novo sistema complexo de personalização que permite a criação de roupas únicas e melhoria de armas contando com centenas de itens diferentes para criar nosso próprio assassino destaque em meio aos outros.

Unity inovou de diversas formas quanto aos jogos anteriores mas a maior de todas sem duvidas é o
multiplayer que agora é integrado a historia principal. Jogar com outros jogadores e agir em grupo pode ser fundamental para sobreviver em diversas missões e se torna uma experiência extremamente divertida a cada progresso feito. Se nos jogos anteriores o jogador sentia que estava sozinho na jornada em Unity a irmandade dos assassinos esta presente o tempo todo e Arno começa como um simples aprendiz podendo crescer ate se tornar um verdadeiro mestre assassino. Além da campanha principal a quantidade de coisas para se fazer no mapa é gigante partindo dos clássicos colecionáveis (que felizmente estão em menor numero aqui) as renovações dos estabelecimentos espalhados pela cidade, a resolução de crimes dos quais a policia não da conta e por fim as fendas do tempo. Glitchs que permitem ao Arno viajar no tempo presenciando eventos ocorridos em diversos pontos da historia da França.

Como nem tudo é ouro, Unity esta longe de ser perfeito. Em todas as plataformas lançadas o jogo passa por diversos problemas sendo o PC o mais afetado de todos. Bugs constantes e quedas bruscas de framerate assombram os jogadores que resolvem começar seu caminho pela irmandade. Apesar da maioria dos bugs estarem sendo resolvidos por patchs lançados pela Ubisoft é inegável que o jogo sofre com sérios erros de programação exigindo um hardware de ponta para entregar uma experiência que se bem programada nao deveria ser tão pesada. Talvez a principal critica de todas seja com relação as texturas de media qualidade usadas nos consoles e o requisito mínimo de 4gb de Vram para utilizar as texturas no ultra no pc.


Apesar dos defeitos Assassin's Creed Unity brilha de diversas formas e entrega uma experiência convincente aqueles que decidem encarar o caminho dos assassinos. O jogo inova o necessário e recupera a essência que fez o segundo jogo da saga brilhar na indústria. Aos fãs, o jogo é uma nova adição memorável a serie que marca as mecânicas da nova geração, aos jogadores que estão entrando em contato pela primeira vez com a saga ele é um uma introdução perfeita ao grandioso universo criado pela Ubisoft.

-A.J-


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